quarta-feira, 21 de julho de 2010

Minha magrela

Eu lembro assim: circulando a garagem de casa, minha bike azul e branca, com rodinhas, meu vô Bastião no banco, não lembro quando tirei as rodinhas.
Eu lembro assim: vento na cara, sorrisão largo, pedalando freneticamente na descida da ladeira (ôpa, isso dá música!), eu não podia andar pelo meu bairro todo, o limite era a minha rua para cima e a rua da direita, até o fim e volta. Depois eu conseguia dar uma voltinha no quarteirão, eu tinha medo, minha mãe me colocava medo e hoje, eu entendo.
Eu lembro assim: as crianças que tinham bike vinham me chamar, não era todo mundo que tinha, e nós ficavámos nesse percurso, era a ordem das mães daquele tempo, não tinha infratores.
Eu lembro assim: férias de julho (essas para mim, que durante o ano escolar não saía, era a desforra)no final da rua direita tinha uma menina, tão criança quanto eu, que me xingou, dizem as más línguas, ou só inventaram para a farra acontecer, a repercussão foi grande(uauu), e ficou assim: quem tinha bike levou quem não tinha na garupa, e juntou criança, fomos todos, até o final da rua, cantarolando: "Se a Debora apanhar, olê, olê, olá, o pau vai quebrar" e claro, isso tudo em nossas "cecis", "bmxs" e genéricas.

Eu lembro assim: domingo de sol, minha tia, prima, um golzinho, minha ceci, FAU-USP. Ali em frente a FAU na USP, tinha um buraco enorme, e eu me esbaldava de andar de bike nele, minha prima inabilidosa que era, só gritava para minha tia: ôh mãe, manhê, manda ela parar, eu não consigo! Sorrisinho de canto de boca!
Eu lembro assim: primavera, Amsterdã, Rent a Bike, vento que corta na cara, pedalada nervosa, brecadinha de leve, só na "pedaleira" (ahh Muleka) e sorrisão bem, mais bem largo na cara!

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